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Aplicação do jogo na Educação Física Escolar





A escolha pela experimentação dos jogos em situação concreta se deu, em parte, pela dificuldade apresentada por alguns professores em trabalhar ou desenvolver conteúdos que vão além dos esportes tradicionais. Por outro lado, os mesmos professores e alunos de certa forma apresentam uma certa familiaridade com os jogos.

Apesar do trabalho de Rangel-Betti (1995) não ser tão recente ele continua original. A autora nos mostra que o esporte é o único veículo utilizado como forma de difusão da cultura corporal no Ensino Fundamental e Médio.

Um dos motivos alegados pelos professores, para não trabalharem as outras manifestações da cultura corporal, é a insegurança em relação aos conteúdos que não dominam, desenvolvendo apenas os que têm mais afinidade.

Por essa razão, o presente trabalho traz alternativas, ao ir além dos conteúdos esportivos.

A definição de jogos é extremamente polêmica, comportando diferentes concepções conforme o autor analisado. Para os fins deste trabalho, utilizaremos como referência o conceito proposto por Freire (1994), segundo o qual:

"brincadeira, brinquedo e jogo significam a mesma coisa, exceto que o jogo implica a existência de regras e de perdedores e ganhadores quando a sua prática." (FREIRE, 1994, p. 116)

Outra questão refere-se à utilização do jogo enquanto conteúdo e/ou metodologia de ensino. Nesse sentido, o jogo possibilita a ampliação do conhecimento relativo à cultura, já que ele é uma manifestação da cultura corporal e também proporciona situações pedagógicas de ensino-aprendizagem, que podem ser exploradas pelo professor a partir dos jogos (FREIRE e SCAGLIA, 2003).

Em Manifestação do jogo (2004) os autores analisam o jogo sob duas perspectivas: o "jogo livre" e o "jogo-funcional". O "jogo-livre" é caracterizado pela ludicidade, espontaneidade, prazer, sendo o aluno o centro da ação e cabendo ao professor apenas o papel de vigia. Já ao "jogo-funcional" atribui-se um valor utilitário, pois é considerado um veículo para aprendizagens que vão além dele mesmo.

Concordamos com os autores, quando propõem ao professor a busca do equilíbrio entre as duas abordagens, constituindo o que chamam de "jogo educativo".

"... o aluno não deve ir à escola apenas para jogar, ou aprender a brincar, muito menos ser iludido com o jogo placebo, sendo induzido a aprender algo de forma descontextualizado. Mas sim, necessita ir para escola trabalhar e viver plenamente o jogo. Aprendendo com e pelo jogo; jogando com seus desejos e vontades desencadeados por situações contextualizadas" (MANIFESTAÇÃO DO JOGO, 2004, p.151).

Rangel e Darido (2005) mostram que uma das funções da escola é transmitir os conhecimentos produzidos pela sociedade e que parte deste conhecimento está vinculado ao jogo.

Dos vários conteúdos escolares, o jogo pode ser considerado de fácil aplicação, pois; não é estranho à criança, uma vez que a maioria já teve experiências com jogos e brincadeiras; não exige espaço ou material sofisticado; variam em complexidade de regras, ou seja, desde pequeno pode-se jogar com poucas regras ou chegar a jogos com regras de altíssimo nível de complexidade; podem ser praticados em qualquer faixa etária e por ambos os sexos ao mesmo tempo; são na maioria das vezes divertido e prazeroso para os seus participantes; e aprende-se o jogo pelo método global, diferentemente do esporte que geralmente é aprendido/ensinado por partes (DARIDO e RANGEL, 2005).

É bom deixar claro que, apesar da facilidade de aplicação, não podemos deixar de lado os objetivos que pretendemos alcançar com a realização dos jogos. Portanto, ao mesmo tempo em que proporcionamos aos alunos o prazer em jogar, possuímos objetivos educacionais, ao tentar garantir a aprendizagem dos conteúdos também nas dimensões conceituais e atitudinais.

Veja o estudo completo aqui
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