Manter o olhar fixo em um ponto, os braços erguidos e abertos e a postura ereta para não cair. Essa foi uma das aprendizagens da moçada do 7º ao 9º ano da EM Professora Lacy Luiza da Cruz Flores, em Joinville, a 176 quilômetros de Florianópolis, durante a exploração do slackline. Os alunos se dedicaram a descobrir a melhor forma de caminhar sobre a fita elástica. "Mais que apresentar uma nova modalidade esportiva, eu queria problematizar aspectos como equilíbrio, concentração e percepção corporal", explica o educador Alessandro Cohen.
A ideia de levar para a escola um esporte de aventura é bem-vinda. Segundo Dimitri Pereira, professor de Esportes Radicais na Universidade Nove de Julho (Uninove), além de proporcionar a vivência, é possível abordar temas como perigo e segurança e trabalhar pernas, abdome, articulações dos joelhos, tornozelos e quadris. Há kits no mercado de vários preços (a partir de 50 reais). Em geral, a diferença entre eles tem a ver somente com a maciez da fita - todos suportam, em média, a mesma carga.
Para começar, Cohen prendeu o equipamento em pilares e em árvores do pátio, a 25 centímetros do chão. Em seguida, perguntou o que os jovens sabiam a respeito desse esporte. Disseram que já tinham visto pessoas praticando, mas nunca experimentado, e não entendiam muito bem como funcionava. Essa foi a deixa para o professor fazer uma demonstração. A turma ficou interessada e foi desafiada a testar, inclusive Bruno Eduardo Bonikoski, 17 anos, que tem síndrome de Down e aparece em ação na foto que abre esta reportagem. "Ele não teve mais dificuldades que os outros", diz Cohen. Maria Cláudia Dantas, psicopedagoga clínica e escolar, explica que apesar de a hipotonia (diminuição do tônus muscular) ser uma característica comum da síndrome, interferindo no controle muscular e nos movimentos, é preciso analisar caso a caso, e ainda assim considerar que todos podem experimentar o slackline. "Basta organizar adequadamente o espaço, cuidar da segurança e planejar de que maneira os colegas podem contribuir para que aquele estudante vença as questões de equilíbrio, como qualquer um."
Fonte: Nova Escola
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