Falar da criança é falar de um SER em formação, que é puro movimento. Ela está em constante desenvolvimento de acordo com suas características individuais, limitações e momento, obedecendo a diferentes ritmos de ação que caracterizam as crianças mais ágeis sejam elas hiper-ativas, curiosas e exploradoras, das mais tranqüilas, inseguras e inibidas. Este é um mecanismo biológico e fisiológico que caracteriza o desenvolvimento do corpo humano. Corresponde ao processo natural do fortalecimento orgânico que envolve o alongamento ósseo e muscular, inclusive o músculo cardíaco, a capacidade pulmonar e a irrigação sangüínea. Já a seqüência
do crescimento, que é o aumento da estrutura do corpo, de acordo com Gallahue (2001), é um processo que ocorre, pelo aumento das células, sua multiplicação em número (hiperplasia) e volume (hipertrofia).
O desenvolvimento global da criança irá depender dos estímulos adequados recebidos desde os seus primeiros momentos de vida, os quais são indispensáveis para que este processo ocorra de forma harmoniosa (Koren, 2004). A base deste processo é o movimento que, segundo Le Boulch (1995), é o fio condutor do desenvolvimento em torno do qual se cria a unidade da pessoa corporal e mental, não sendo um elemento facultativo que se acrescenta à educação intelectual.
O movimento é a essência da infância, comenta Tani (1988). Assim, todo o estímulo que a criança recebe, através de atividades prazerosas e de exploração espontânea, levará a descobrir e conhecer seu próprio corpo, construindo uma imagem de si mesma. Ao ingressar na escola, a criança passará por inúmeras experiências relacionadas aos aspectos cognitivos, psicomotores e afetivo-sociais, os quais atuam de forma integrada. O ideal é que sejam formados hábitos saudáveis quanto à prática de atividades físicas já desde a meninice, onde a aptidão física será amplamente desenvolvida, tanto relacionada à saúde quanto à performance esportiva.
A Aptidão Física é basicamente composta pela resistência cardio-respiratória, composição corporal, resistência e força muscular e a flexibilidade. Weineck (1989), aponta que o treinamento do esporte escolar visa uma melhora da capacidade de performance. Porém, não tem como objetivo principal a obtenção do desempenho individual máximo. Já na fase de pré-puberdade, de 11-14 anos, poderá dar início ao treinamento específico e maior ênfase, de 14-18 anos, à fase da adolescência. Na primeira etapa visa, principalmente, à melhoria das capacidades de coordenação, como a flexibilidade e a destreza e no período da puberdade pode-se investir no desenvolvimento das capacidades de condicionamentos, em que se destaca a força, velocidade e resi stência. Mas é preciso considerar que a coordenação e o condicionamento devem ser desenvolvidos em paralelo, apenas adaptando os níveis de intensidade e duração da atividade física a cada fase de desenvolvimento.
Pode ser verificado, portanto, que uma das principais preocupações na área da Educação Física e da Saúde Pública vem sendo a busca de alternativas que possam auxiliar na tentativa de reverter a grande incidência de patologias associadas à falta de atividade física em escolares de diferentes faixas etárias (Guedes, Guedes, 1997). Nesse sentido, a adoção de estratégias de ensino que possam contemplar uma fundamentação mais consistente, que desenvolva atitudes positivas quanto à
prática da atividade física relacionada à saúde durante os anos de escolarização, é um importante requisito para uma participação mais efetiva na idade adulta.
Um dos problemas preocupantes que pode ser verificado é que ainda há escolas em que as crianças, da Educação Infantil à 5ª Série, têm suas aulas dirigidas pelas professoras regentes de classe. Estas não possuem o conhecimento e capacitação para aplicar atividades adequadas que cada fase exige. Assim as crianças ficam amplamente prejudicadas.
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