O professor que trabalha com Educação Fisica Escolar tem que reconhecer o estágio se encontra o padrão de desenvolvimento motor da criança. Böhme, 1988, propõe a descrição e problemas de alguns padrões de movimento como: andar, correr, salto horizontal, arremessar, receber. A esses, serão também relacionados outros como: chutar, volear, aparar e driblar (descritos conforme GALLAHUE, 2001) pela importância que apresentam para a prática de esportes culturalmente identificados em nossa sociedade.
Andar: ato de se transportar de um local para outro sempre com um pé no solo. A criança no estágio maduro apresenta:
Balanço alternado dos braços;
Limitação da área de apoio para equilíbrio;
Andar alongado e relaxado;
Calcanhar e dedos com contato bem definidos ao pisar o solo.
Problemas mais freqüentes:
Caminhar na ponta dos pés sobre os dedos;
Andar com os dedos voltados para dentro;
Andar com os dedos voltados para fora;
Coordenação imperfeita e arrítmica de pernas e braços;
Postura e alinhamentos corporais deficientes;
Elevação vertical excessiva;
Área de apoio para equilíbrio muito larga.
Para a superação dos problemas acima citados é sugerido o fortalecimento das musculaturas envolvidas, exercícios de coordenação e equilíbrio dinâmico.
Corrida: modo excessivo de andar. Caracteriza-se por haver momentos em que os dois pés perdem o contato com o solo (fase aérea da corrida).
Estágio maduro:
A dimensão da passada é maior possível;
As passadas são rápidas;
Fase aérea definida;
Perna de impulsão estendida;
Braços balançam em oposição às pernas;
Antebraços flexionados.
Problemas mais freqüentes:
Oscilação de braços inibidos ou exagerados;
Os braços ultrapassam a linha média do corpo;
Posição imprópria do pé;
Inclinação exagerada do tronco à frente;
Torção de tronco;
Ação sem ritmo;
Base total do pé no solo.
Os problemas encontrados devem ser corrigidos através dos elementos componentes da aptidão física relacionadas à saúde e desempenho necessários para o movimento da corrida, como por exemplo: coordenação dos membros superiores e inferiores, flexibilidade, velocidade, agilidade de membros inferiores; resistência geral e tempo de reação.
Salto horizontal: movimento explosivo de pernas que se caracteriza por saltar o mais distante possível, retirando o apoio dos pés simultaneamente do solo.
Estágio maduro:
Os braços estendem-se para trás na fase preparatória;
Tronco flexionado na fase preparatória;
Durante o salto os braços oscilam para frente e para cima, auxiliando na impulsão;
Extensão dos ângulos do quadril, joelho e tornozelo, durante o salto;
Ênfase dada na distância horizontal;
O peso do corpo é levado para frente e joelhos flexionam na aterrissagem.
Problemas mais freqüentes:
Uso impróprio dos braços;
Torção do corpo;
Inabilidade para impulsionar os pés simultaneamente;
Fase preparatória deficiente
Movimento restrito de pernas e braços;
Falha na extensão do quadril, joelhos e tornozelos no salto;
Falha no equilíbrio do corpo na aterrissagem.
Retificação e aperfeiçoamento do salto devem ser simultâneos ao desenvolvimento de fatores de aptidão relacionados com o movimento. Portanto devem ser trabalhadas coordenações de tronco, membros superiores e inferiores, flexibilidade, força explosiva e reação de membros inferiores.
Arremessar: corresponde a habilidade de a criança jogar ou lançar algo com a mão.
Estágio maduro:
O abraço de arremesso é levado para trás na preparação;
Perna e braços opostos são colocados à frente do corpo na preparação;
Cotovelo do braço de arremesso é elevado e estendido horizontalmente para frente, no arremesso;
O tronco inicia a rotação do lado do braço de arremesso para o lado oposto;
O braço de arremesso gira e termina o movimento estendido para baixo e para frente;
O ombro de arremesso desliza para frente;
Tornozelos, pernas, coluna e ombros fazem rotação durante o arremesso;
O peso do corpo na fase de preparação esta sobre a perna de trás e depois do arremesso na perna da frente.
A eficiência do movimento dependerá da correção do movimento, conjuntamente com o desenvolvimento dos fatores de aptidão física necessários, como: coordenação óculo/manual, equilíbrio, força e potência de membros inferiores.
Receber: compreende o uso das mãos de aparar objetos arremessados.
Estágio maduro:
Não impedir a recepção da bola;
Olhos acompanham o trajeto da bola até as mãos;
Braços ao longo do corpo e antebraços flexionados a frente do corpo;
Os braços absorvem o impacto da bola;
Os polegares estão opostos um ao outro;
Mãos seguram a bola simultaneamente;
Os dedos seguram mais efetivamente.
Problemas mais freqüentes;
Não controlar o objeto;
Não conseguir apanhar o objeto;
Manter os dedos estendidos e direcionados ao objeto;
Não conseguir posicionar as mãos a altura da trajetória da bola;
Inabilidade para variar o padrão de recebimento para objetos de diferentes pesos e tamanhos;
Aproximar as mãos mais cedo ou mais tarde ao receber o objeto.
Chutar: ato de fornecer força a um objeto dando a mesma uma trajetória.
Estágio maduro:
Braços oscilam em oposição um ao outro;
Tronco se inclina durante acompanhamento;
Movimento da perna que chuta se inicia no quadril;
Perna de apoio se inclina e flexiona durante o contato;
Aumento da extensão da oscilação da perna;
Pé de sustentação fica sobre os dedos ou deixa a superfície totalmente.
Problemas mais freqüentes:
Inclinação do tronco para trás restrita ou ausente;
Falha ao dar o passo à frente com a perna oposta;
Tendência a perder o equilíbrio;
Inabilidade com qualquer dos pés;
Inabilidade de alterar a velocidade da bola chutada;
Oposição de braços e pernas insuficiente;
Falha ao usar a força do corpo para auxilio a força do chute;
Falha ao tocar a bola ou não conseguir;
Falha em posicionar a uma distância adequada da bola.
Volear: ato de tocar na bola, utilizando um padrão manual acima da cabeça.
Estágio maduro:
Colocar-se sob a bola;
Contato com a ponta dos dedos;
Punhos mantêm-se firmes e braços acompanham;
Conjunção de forças e utilização de braços e pernas;
Capacidade de controlar a direção e trajetória pretendida da bola.
Problemas mais freqüentes:
Dificuldade em manter os olhos na bola;
Dificuldade de acompanhar a trajetória da bola e de adequar os movimentos do corpo;
Dificuldade para manter os dedos e pulsos firmes;
Falha em estender todas as articulações ao tocar a bola;
Dificuldade para tocar a bola com ambas as mãos concomitantemente;
Dar tapas na bola;
Posição inadequada do corpo sob a bola.
Drible: quicar a bola com uma das mãos.
Estágio maduro:
Pés com pequeno afastamento, e o oposto posicionado a frente;
Leve inclinação do tronco à frente;
Controle de bola até a altura da cintura;
Bola empurrada em direção ao solo com acompanhamento de braços, pulsos e dedos;
Acompanhamento visual desnecessário;
Controle direcional do drible.
Problemas mais freqüentes:
Dar tapas na bola;
Aplicar força desnecessária ao tocar na bola;
Falha em visualizar e acompanhar a trajetória da bola;
Dificuldade em quicar com ambas as mãos;
Dificuldade em quicar a bola sem visualizá-la;
Acompanhamento insuficiente da bola;
Dificuldade em movimentar-se com a bola sob controle.
Habilidades motoras relacionadas ao esporte
As habilidades motoras relacionadas ao esporte são etapas de aperfeiçoamento dos movimentos fundamentais (estendem-se dos 7 (sete anos) aos 14 (quatorze anos)), espera-se que as os padrões de movimento da criança encontrem-se na sua maioria no estágio maduro, momento em que as habilidades motoras são refinadas, combinadas e elaboradas. São dividas em três estágios por apresentarem uma seqüência de desenvolvimento:
- Estagio geral ou transitório (7 a 10 anos) - período em que a criança inicia a combinar e aplicar as habilidades motoras fundamentais para o desempenho futuro das habilidades relacionadas ao esporte.
- Estagio de habilidades motoras específicas (11 a 13 anos) – aumenta a atividade cognitiva, e o adolescente apresenta maior interesse em práticas mais complexas. Condiz ao período de iniciação esportiva, com regras e estratégias onde os jovens deveriam entrar em contato com um grande número de esportes.
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Estágio das habilidades motoras especializadas (14 anos em diante) – período em que o jovem já deveria ter vivenciado todos os tipos de habilidades motoras, de modo geral e específicas, apresentando condição de escolher entre diversos tipos de esporte e atividades físicas existentes os que mais lhe motivam a prática esportiva prazerosa.
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