O crescimento físico observado nas crianças acontece de maneira muito rápida. O autor Marques (1979) fez uma divisão do desenvolvimento físico da criança em: Grandes Músculos e Motricidade Fina. Na presente revisão de literatura substituiremos o termo "Grandes Músculos" por Motricidade Global.
Na motricidade Global, as crianças podem começar a pedalar um triciclo aos três anos e aos oito anos andar de bicicleta, já que, como já foi enfatizado o desenvolvimento físico da criança é acompanhado por um gradativo desenvolvimento neurológico. Durante a infância as crianças gostam de espaços abertos, com bastante liberdade para poderem correr e brincar a vontade. Assim como, gostam de freqüentar parques públicos para brincar de gangorra, balanços e escorregadores.
Na Motricidade Fina, por conseqüência da dependência de uma progressiva integração e diferenciação de movimentos, a motricidade fina só se desenvolve, depois de a criança ter dominado os movimentos ligados aos grandes músculos (MARQUES, 1979).
O desenvolvimento da motricidade é acompanhado ainda por aprendizagens que irão complementar e auxiliar habilidades finas, como: a distinção entre esquerda e direita, organização espaço-temporal, aumento dos lapsos de atenção concentrada, distinção do antes e depois, resistência a fadiga e a simbolização e reversibilidade do pensamento em suas relações com a linguagem.
As habilidades motoras finas, como abotoar camisas e desenhar figuras, envolvem a coordenação de músculos pequenos e coordenação entre olhos e mãos. Estas habilidades permitem as crianças um maior senso de responsabilidade e cuidado pessoal. Aos três anos uma criança é capaz desenhar um círculo e uma pessoa rudimentar. Aos quatro anos a criança é capaz de recortar sobre uma linha, desenhar uma pessoa razoavelmente completa e fazer desenhos e letras grosseiras. E aos cinco anos, a criança é capaz de se vestir sem muita ajuda, copiar um quadrado ou um retângulo e desenhar uma pessoa mais elaboradamente que antes.
Como regra geral as habilidades motoras amplas se desenvolvem mais cedo do que as habilidades motoras finas. Uma criança de seis anos, por exemplo, é capaz de correr e saltar bem, mas ainda não é muito habilidosa ao manusear um lápis ou cortar uma gravura. Quando crianças de seis anos usam um instrumento como a tesoura, todo seu corpo está envolvido no simples cortar uma simples gravura, ou seja, movimento da língua, e contração de músculos das costas e dos braços (BEE, 1977).
Capacidades coordenativas das crianças
A educação física, como componente da educação da educação integral, assume uma importância vital no desempenho geral do sujeito. Estudos de diferentes autores (Piaget, Vigotsky, etc.) permitiram compreender a contribuição dos movimentos no desenvolvimento infantil e como ambos os processos, educação e desenvolvimento, se relacionam.
Um programa na educação física bem estruturado desde as primeiras idades pode contribuir notavelmente para o desenvolvimento motor sem pretender acelerar este desenvolvimento. Porém, para exercer esta influência sem o perigo de cometer erros no processo de ensino, todo educador deve alimentar-se da informação necessária sobre a evolução do desenvolvimento, seus avanços e retrocessos.
Capacidades coordenativas gerais e a capacidade de regulação dos movimentos manifesta-se sempre que a criança regula suas ações. O adulto pode fornecer indicações verbais para a criança em determinados momentos, porém na execução da ação, a própria criança é quem deve regular seu movimento de acordo com a distância a que está colocado o objeto. Somente se for necessário, o adulto sugere à criança aproximar-se ou afastar-se do objeto, abstendo-se de ser ele quem mexa no objeto para que a criança tenha sucesso. Uma interferência inadequada por parte do adulto pode limitar a aprendizagem da criança, além de afetar o desenvolvimento desta capacidade. A importância deste exemplo é o fato de, precisamente, ser a criança quem regula a ação, e não o adulto.
A criança é um ser dinâmico, cheio de indagações espontâneas e com múltiplas habilidades físicas, sua habilidade motora é utilizada para expansão do seu desenvolvimento onde o jogo é seu meio de comunicação e aprendizagem.
* MARQUES, Juracy C. Compreensão do comportamento: ensaio de psicologia do desenvolvimento e de suas pautas para o ensino. Porto Alegre: Globo, 1979. 266 p.
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