O jogo de xadrez, além de apresentar-se como uma significativa manifestação cultural, vinculado às atividades escolares apresenta-se como um importante instrumento educacional potencializador de diferentes saberes. Em alguns países como França, Canadá, Espanha, Cuba, Hungria, Israel, Iugoslávia, Alemanha, Suíça, Tunísia e a Venezuela (Sternberg apud FERGUSON, 1995, p. 8) avaliaram o singular valor dessa prática esportivo-recreativa e adotaram nos currículos escolares o ensino do xadrez. O Brasil, por sua vez, está descobrindo a relevância do ensino do xadrez em inúmeras escolas espalhadas pelo país. Através de uma parceria entre o Ministério da Educação e o Ministério dos Esportes (2005)1 tentou-se implementar o jogo de xadrez nas escolas públicas de 24 estados brasileiros, como uma tentativa de contribuir a para implementação do horário integral nas escolas públicas, meta que o MEC pretende atingir até 2010 para as de ensino fundamental; e até 2015, para as de ensino médio. Esse projeto, todavia, não foi efetivado com o sucesso esperado pelos organizadores. Assim, a prática da modalidade se verifica, principalmente, nos espaços escolares chamados "Clube de Xadrez". Alguns estudos comprovam que o xadrez desenvolve várias habilidades nos jogadores, segundo Charles Partos: "O xadrez desenvolve pensamento lógico, poder de atenção e concentração, imaginação, criatividade, julgamento, planejamento, imaginação, antecipação, vontade de vencer, paciência, autocontrole, o espírito de decisão e a coragem, a inteligência e o interesse pelas línguas estrangeiras. '' (PARTOS apud FERRACINI, 1998, p. 37)
Howard Gardner2 (1994 , p. 149), defende que o xadrez desenvolve a Inteligência Lógico- Matemática, bem como a Inteligência Espacial. Essa constitui-se na habilidade de manipular formas ou objetos mentalmente e, " a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial ou seja, facilidade em observar uma matéria num determinado plano móvel." No xadrez, o jogar exige visualizar as jogadas futuras do seu adversário, tendo que se concentrar no tabuleiro e visualizar as jogadas sem que se mova nenhuma peça no tabuleiro, somente utilizando a imaginação.
Nesta perspectiva, para Nuno Cobra3, "o xadrez é realmente um excelente exercício para o cérebro e exige muito das emoções. A pessoa adquire um senso muito prático de organização, concentração e desenvolve de forma muito especial à memória. O xadrez trabalha a imaginação, memorização, planejamento e paciência". O ensino de xadrez é defendido também, pelo mestre e doutor em educação Wilson Silva (2002). Esse, afirma que:
"o xadrez merece crédito, porque ensina às crianças o mais importante na solução de um problema, que é saber olhar e entender a realidade que se apresenta [...]. Em uma época na qual os conhecimentos nos ultrapassam em quantidade e a vida é efêmera, uma das melhores lições que a criança pode aprender na escola é como organizar seu pensamento, e essa valiosa lição pode ser obtida mediante o estudo e o xadrez"
Apesar dos vários "benefícios" proporcionados pelo jogo do xadrez, as atividades educativas enxadrísticas acontecem predominantemente através de projetos escolares ou Clubes de Xadrez. Poucos estados têm em seus municípios o xadrez escolar como componente da grade escolar para todos os discentes (Bandarra, 2004), bem como são poucos os professores de Educação Física que se aventuram a trabalhar com essa modalidade.
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