É uma das causas mais comuns de consultas em reumatologia pediátrica. Cerca de 25% das crianças que procuram o reumatologista pediátrico, queixam-se de dores nas pernas, e as chamadas "Dores do Crescimento" são certamente a causa mais comum dessas dores. É uma situação também comum ao pediatra, que se depara com uma criança absolutamente normal, saudável e ativa , que refere ter episódios repetitivos de dores nas pernas. Essas crises podem ser diárias ou esporádicas, podendo estar presentes por longos períodos antes de desaparecerem. Em geral, a dor é bilateral, descrita pela criança como profunda, intensa e principalmente no final do dia ou à noite. Uma história típica é a da criança que vai dormir bem e acorda chorando com dor, solicitando a presença da mãe que usa analgésicos ou massagens, que acabam levando ao alívio. A criança volta a dormir e acorda bem no dia seguinte, reassumindo suas atividades normais.
Não ocorre sinais de "inflamação" articular: junta inchada, vermelha e quente são sinais que estão ausentes nos momentos de crise. Costuma acometer meninos e meninas em proporções parecidas, cerca de 12,5%, não havendo uma concordância entre os autores sobre o período mais comum dessas dores durante a infância, ou seja, pode acometer crianças em qualquer idade.
Causas
Essa entidade não tem ainda causa conhecida. Na verdade não existe consenso entre os pesquisadores nem sobre o termo "Dores do crescimento", que dá a idéia de que o crescimento em peso ou em altura pode gerar dor. Na verdade, não se verificou qualquer relação desse quadro com o ganho de estatura , que ocorre de maneira muito lenta para provocar dor. Já se tentou modificar o nome dessa doença para "Dores nos Membros" mas a expressão anterior já estava de tal modo consagrada e já era compreendida pelas pessoas que não se conseguiu modificar sua denominação.
Apesar de não ter causa conhecida, existe uma série de hipóteses que tentam explicar a origem dessas dores. É muito comum encontrarmos distúrbios emocionais ou simplesmente uma situação de crise própria da idade ( nascimento de um irmão, ingresso na escola, mãe que começa a trabalhar). Também se viu que essas crianças são, em geral, filhas de pais que também tiveram quadros semelhantes durante a infãncia e nas próprias crianças são encontradas outras situações de dor crônica como dor de cabeça ou dor abdominal, ou seja, parece haver uma combinação de fatores emocionais associados a uma " tendência" a dor crônica.
Tratamento
A primeira coisa a ser feita é a exclusão de outras possibilidades diagnósticas o que é feito durante a consulta e através da avaliação laboratorial. Após confirmado o diagnóstico, é fundamental que se tranqüilize a família, já que se trata de uma patologia benigna e auto-limitada, que não trará seqüelas e limitações e que não terá impacto no crescimento da criança. Durante as crises, mantém-se a conduta de usar analgésicos, massagens e calor. Não há indicação para limitar a criança em qualquer aspecto: alimentação e atividades físicas estão liberadas e devem, inclusive, ser estimuladas. Creio que deve haver o enfoque de retirar o rótulo de "criança doente" e que a família passe a administrar as crises dentro de uma atmosfera de tranqüilidade para a criança.
Em certas situações é necessária uma abordagem mais enfocada nos aspectos emocionais da criança, trazendo para o tratamento auxílio de um psicoterapeuta.
Concluindo, voltamos a enfatizar a natureza benigna dessa doença, que tende a desaparecer com o passar do tempo e que não traz qualquer tipo de seqüela, não predispondo o paciente a outras doenças reumáticas no futuro.
Fonte: ABC da saúde
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