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Mãe questiona falta de aulas práticas de Educação Física






O excesso de aulas teóricas na disciplina de Educação Física nas escolas estaduais de Maringá preocupa a secretária Fátima Mendes, 34 anos. Ela, que é mãe de uma aluna do 6º ano do ensino fundamental, enviou e-mail à Redação de O Diário, afirmando que o aprendizado nessa disciplina tem falhas.

"Eles (alunos) ficam muito na sala de aula. Não praticam esporte na verdade, não se exercitam. Pela idade, ela não liga, mas eu acho que eles deveriam estar aprendendo mais. Na minha época, tinha aulas de 2 a 3 vezes por semana e jogávamos mesmo. Íamos à quadra, corríamos, suávamos. Agora as crianças ficam muito tempo sentadas, no computador. Não se exercitam", relata.

Fátima também afirma que há muitas turmas para pouco espaço para aulas práticas. "Uma turma tem que revezar com outras. As quadras não são suficientes para todos. Semana passada, fez 3 semanas que ela não saía de sala de aula na Educação Física".

A Secretaria de Estado de Educação não estabelece porcentagem mínima de teoria e prática nas aulas de Educação Física. De acordo com a coordenadora pedagógica de Educação Física do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Maringá, Elildiceia Fiaux Pereira, o elevado número de alunos e alguns desencontros podem impossibilitar as aulas ao ar livre.

"Por isso não trabalhamos só com os esportes. Dentro da Educação Física, temos ginástica, lutas, por exemplo. Fora a parte teórica, trabalhada na sala de aula".

Professora da disciplina há 16 anos no Instituto Estadual da Educação de Maringá, Lucyanne Goffi conta que é comum os profissionais alternarem a teoria com a prática por questão de falta de espaço físico adequado. Também é comum professores dividirem as aulas, sendo metade prática e metade teórica.

"Hoje, as diretrizes do Estado tentam mesclar ambas, mas fica para cada professor decidir a distribuição. Nas minhas aulas, tento trabalhar a maioria na prática, pois é ela que vai ajudar o aluno no desenvolvimento motor e socialização", diz.

Importância

O Conselho Regional de Educação Física (Cref) não pode fiscalizar como são conduzidas as aulas na rede de ensino, mas recomenda que pais denunciem falta de prática ao Ministério Público do Paraná (MP-PR).

"As crianças e adolescentes não podem ficar muito tempo sem a prática, com o risco de perderem os benefícios adquiridos. É um direito deles, então, se for falho, deve ser denunciado ao órgão competente", afirma o fiscal do Cref-PR Alessander Simões da Silva.



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