A Educação Física, pela suas possibilidades de desenvolver a dimensão psicomotora das pessoas, principalmente nas crianças e adolescentes, conjuntamente com os domínios cognitivos e sociais, deve ser disciplina obrigatória nas escolas primárias e secundárias, devendo fazer parte de um currículo longitudinal. Não se deve tratar a Educação Física com descaso. É vergonhoso ver jogos, gincanas e competições substituírem verdadeiras aulas de Educação Física. Isso é muito bom para privilegiar quem tem habilidades motoras acima da média privilegiando uns em detrimento de outros. Onde fica a grande maioria que não possui essa tal habilidade? Na torcida? Aplaudindo?
A qualidade nas aulas de educação física
Para que as Instituições de Ensino possam zelar pela qualidade de suas aulas, num primeiro momento necessitam realmente acreditar que a Educação Física escolar deve ter o mesmo grau de importância das demais disciplinas que compõe o ensino. Devem compreender a real contribuição da Educação Física para a formação dos jovens. Num segundo momento, contratar profissionais que além de se enquadrarem a proposta pedagógica da escola, privilegiem uma educação física onde o movimento humano seja um meio de crescimento e, não um fim em sí mesmo.
De modo que a Educação Física possa contribuir para a melhoria da nossa sociedade, existem algumas referências, pelas quais deve:
- Promover os seus beneficiários com o desenvolvimento de habilidades motoras, atitudes, valores e conhecimentos, procurando levá-los a uma participação ativa e voluntária em atividades físicas e esportivas ao longo de suas vidas;
- Ser ministrada numa ambiência de alegria, em que as práticas corporais e esportivas sejam prazerosas;
- Propiciar vivências e experiência de solidariedade, cooperação e superação;
- Valorizar práticas esportivas, danças e jogos nos conteúdos dos seus programas, inclusive as atividades que representam a tradição e a pluralidade do patrimônio cultural do país e das suas regiões;
- Ser meio de desenvolvimento da cidadania nos beneficiários e de respeito ao meio ambiente.
A importância do Conselho Regional da Educação Física
Os Conselhos Regionais de Educação Física como nossos representantes bem próximos, são de extrema importância para a melhoria da qualidade da nossa Educação Física, não só das academias, mas também nas escolas. Todas as profissões devem ser disciplinadas e ter uma entidade forte para trazer conquistas para a categoria.
A Educação Física por muito tempo ficou relegada ao segundo plano nos currículos escolares. Com o fortalecimento da Entidade que nos rege, sem sombra de dúvidas a Educação Física será fortalecida e mais valorizada.
O profissional da Educação Física - um profissional da saúde
A Educação Física no exercício da Educação para a saúde tem como função desenvolver hábitos nas pessoas de prática regular de atividades físicas. Atuando preventivamente na redução de enfermidades relacionadas com a obesidade, diabetes, a hipertensão, patologias cardio-respiratórias, osteoporose, algumas formas de câncer e depressões, contribuindo para a qualidade de vida de seus participantes.
Através do respeito a leis biológicas de individualidade, do crescimento, do desenvolvimento e da maturação humana, a Educação Física vai desenvolver em seus alunos o respeito pela sua corporeidade e das outras pessoas, percebendo e compreendendo assim, o papel real da atividade física realizada desde a infância na escola como meio de promoção e manutenção da saúde.
A Educação Física, LDB e os parâmetros curriculares nacionais
A Educação Física dentro dos novos parâmetros curriculares, contribui como elemento fundamental na formação de cidadãos críticos, participativos e com responsabilidade social.
Uma das metas da Educação Física no momento atual é promover a autonomia dos grupos e, no jogo, valorizar o universo da cultura lúdica. A cooperação, a inclusão social, a participação de todos, a criatividade e a diversidade cultural, aprendizagem e lazer, prazer e qualidade de vida são temas que estão sendo discutidos dentro das novas abordagens da Educação Física.
Sem dúvida nenhuma, passamos por um momento de ebulição teórica, com diversas propostas, contudo o que realmente importa, é que o professor esteja aberto às mudanças e que tenha a coragem de vivenciá-las juntamente com seus alunos.
Autores: Dr. Rogério da Cunha Voser e Esp. João Gilberto Giusti
Material retirado do Livro “O Futsal e a Escola: uma perspectiva pedagógica” da Editora Artmed.
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