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Educação Física Escolar e a produção do conhecimento





As reflexões desenvolvidas auxiliaram-nos tanto na sistematização dos conhecimentos trabalhados no espaço escolar como na tomada de consciência, da forma mais ampla possível, da realidade histórica para que se constituísse em elemento de ação pedagógica e de ação política, principalmente. Consideramos fundamentais as esferas e dimensões do conhecimento que são parte da cultura corporal/esportiva.

A perspectiva histórica da luta de classes incorporada ao contexto educacional possibilita o reconhecimento da identidade cultural e sóciopolítica, através do reconhecimento e valorização das diversidades socioeconômicas, regionais e culturais das comunidades da escola pública, da sua apropriação crítica e da possibilidade de sua transformação. O conhecimento expressa um dos modos de apropriação do mundo pelo homem, possibilitada pela atividade humana frente à realidade.

Para tal, o indivíduo insere-se no meio histórico-cultural, compreende-se como sujeito histórico, construtor de seu tempo e de sua história, possibilitando uma melhor intervenção social. Não uma intervenção qualquer, e sim situada em prol do desenvolvimento de uma escola unitária, no chão da escola e na luta contra-hegemônica, partindo “de uma construção molecular, orgânica, pari passu à construção da própria sociedade no conjunto das práticas sociais” (KOSIK, 1995, p. 35).

Possibilitar, para além da reprodução do conhecimento, uma produção do mesmo como práxis transformadora, tendo a superação histórica do capitalismo como horizonte e não apenas como contemplação (para uma parte do coletivo de professores); ou a produção de novas práticas pedagógicas tendo em vista a proposição desta alternativa pedagógica escolar comprometida com a classe que vive do trabalho e com uma sociedade mais justa e igualitária (para outra parte deste coletivo de professores).

Entendemos também que esta, como qualquer outra iniciativa de orientação técnica e científica para o setor educacional, tem de ser acompanhada de uma política ampliada que contemple as condições de trabalho, o salário, as necessidades de uma política de educação continuada dos educadores e, finalmente (para alguns do grupo), a transformação do modelo de sociedade atual, em busca da efetiva valorização do ser humano, do professor, da escola pública, da classe que vive do trabalho, pautando-se na produção do conhecimento da práxis social brasileira.

Este projeto significa, por fim, o ponto de início para a reflexão constante em torno do conhecimento na escola, compreendendo a educação física como parte integrante do processo educacional escolar, indispensável para a formação do ser humano e para o entendimento e intervenção na e da realidade em sua totalidade.

Significa igualmente uma possibilidade de resgate da qualidade da escola pública e de uma educação para a cidadania, e conforme Franco (1998, p. 35), “com dimensões mais amplas que o horizonte do mercado e da produção para a competitividade” nesta sociedade ainda fortemente injusta e desigual, pretendendo a transformação da realidade excludente em relações mais justas, democráticas, igualitárias.

Para além das teorizações abstratas e da prática pela prática, consideramos o desafio de reconhecer os núcleos centrais de conhecimentos socialmente relevantes que se relacionem à especificidade das práticas corporais geradoras de conhecimentos específicos articulados aos gerais críticos e reflexivos.

O desafio de afirmar a função social escolar como espaço de formação humana de classe, compromissada com a mudança e de construirmos uma escola pública e unitária que atenda à classe proletária de uma educação omnilateral11 , buscando uma totalidade de capacidades ao tempo em que oportunize a possibilidade de usufruto dos bens materiais e dos bens espirituais.

Na rede municipal, o desafio imediato é político e pedagógico: o fortalecimento de nossa organização sindical para a luta por melhores condições de trabalho na educação. Na Educação Física, além desses, o desafio que se mostra urgente é o de retornar a nossa luta histórica pela legitimidade deste fundamental conhecimento escolar.

Uma das formas para tal é a mobilização para o embate políticopedagógico e a retomada da proposta sistematizada pelo coletivo de professores municipais, no sentido de ampliá-la, aprofundá-la, integrá-la aos outros conhecimentos e ao cotidiano escolar para superá-la permanentemente, num movimento dinâmico, dialético e histórico.

O desafio é, por fim, a construção coletiva de uma política pública compromissada com a classe que vive do trabalho e com uma educação pública de qualidade, de uma educação que, sustentada na práxis social, dê subsídios para superar as desigualdades e o sistema perverso atual.

Veja o estudo completo aqui
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