A lateralidade está relacionada à predominância de um hemisfério cerebral sobre o outro. Quando ocorre a dominância do hemisfério esquerdo sobre o direito, temos o individuo destro; quando ocorre a dominância do hemisfério direito sobre o esquerdo, temos o individuo canhoto ou sinistro; quando não existe predomínio claro e se usa discretamente os dois lados, temos o ambidestro (ALVES, 2012). Embora seja legítimo afirmar que haja cooperação dos lados dos dois hemisférios na formação da inteligência Jean Marie Tasset (apud ALVES, 2012, p. 72) define "a lateralidade como apreensão da ideia de direita e esquerda, dizendo que esse conhecimento deve ser automatizado o mais cedo possível, enfatizando que a automatização da lateralização é necessária e indispensável".
O conhecimento do próprio corpo é de grande importância nas relações do indivíduo com o mundo exterior, e não depende exclusivamente do desenvolvimento cognitivo, mas também das percepções, das sensações visuais, táteis, sinestésicas e da contribuição da linguagem.
A lateralidade é examinada a partir dos órgãos pares, como pés, mãos, olhos e ouvidos e por meio de gestos do dia a dia. Não devemos definir a lateralidade como sendo apenas o conhecimento esquerda e direita, mas sim toda a percepção do seu eixo corporal.
Todas as noções espaciais básicas, como as de em cima – embaixo, por cima–por baixo, frente–trás, dentro–fora, antes–depois, esquerda–direita etc., que são noções relativas, estão estruturalmente dependentes da noção de lateralidade, do binômio corpo–cérebro, dos nossos membros, dos nossos sentidos e dos nossos hemisférios, binômio psicomotor entendido como centro autogeométrico de orientação (AJURIAGUERRA, apud FONSECA, 2008, p. 242).
É de fundamental importância que as crianças experimentem atividades que utilizem ambos os lados do corpo, favorecendo um desenvolvimento eficiente dos movimentos. Quando a criança chega a determinada fase escolar, entre os 6 e 8 anos, é habitual que já tenha noção de direita e esquerda e dos dois lados do corpo, ou seja, que seja capaz de perceber que direita e esquerda não dependem apenas uma da outra, mas também da posição do outro e do seu deslocamento.
Porém, crianças mais velhas por vezes possuem problemas de aprendizagem oriundos dessa debilidade motora, precisando de treinamento específico da lateralidade para prevenir ou eliminar sintomas como palavras fora de ordem e escrita espelhada, entre outros, reduzindo as possibilidades de adquirir a dislexia.
Reafirmando o que diz Alves (2012): "quando as alterações psicomotoras de ordem geral se manifestam, interferem nas tarefas escolares, refletindo-se mais diretamente na escrita".
É aconselhável que o professor não empregue os termos esquerda e direita antes que a lateralização esteja bem definida.
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